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1. ANTES DA FUNDAÇÃO DA MONARQUIA PORTUGUESA (BRANCO, 2005, p. 51-58) *att: apenas [ALF]: é meu!

1.1 COSTUMES E RITOS MUSICAIS PRIMITIVOS


1.1.1 práticas musicais profanas e religiosas;

1.1.2 libações – “dançam ao som da tíbia e, em rodas, ao da trombeta” (ESTRABÃO, 63 a.C. – 20 d.C.);

1.1.3 leis em verso dos Turdetanos (Andaluzia) “seriam entoadas com sentido musical” (idem);

1.1.4 cantos sobre feitos guerreiros dos antepassados (SALÚSTIO, 86-34 a.C.);

1.1.5 “no fim da batalha de Canas (216 a. C.) [...] arremeteu contra um inimigo que estava a cantar à maneira bárbara dos hispanos”. (SÍLIO ITÁLICO);

1.1.6 muito dos entretenimentos musicais romanos ficaram a dever às gaditanas,[1] dançarinas e tangedoras de instrumentos parecidos com as atuais castanholas;

1.1.7 barbarismo dionisíaco primitivo

1.1.8 cantos lúgubres dos soldados lusitanos no funeral de Viriato;

1.1.9 o cristianismo trouxe consigo elementos musicais significativos; o papa Dâmaso I (366-384) pode ter nascido em Guimarães;

1.1.10 os cânticos no início da expansão cristã eram praticamente os mesmos que os praticados em Roma;

1.1.11 No séc. V o papado ficou atento e lutou contra influências gregas e visigóticas;

1.1.12 538 o pontificado dota a igreja de Galiza de uma cópia do missal romano; 23 anos depois adotado pelo concílio de Braga que sancionou a conversão dos Suevos.[2]

1.1.13 desde o início a igreja impôs normas que evitassem audições impróprias; seleção de cantores que “lessem o livro”;

1.1.14 concílio de Laodiceia (343-381) proíbe os psalmi idiotici;[3]

1.1.15 “a ideia era banir da igreja cantos e danças populares pagãos, por vezes acompanhados de bater de palmas”;

1.1.16 Em Braga (633-652), foi proibido todo o canto em verso, com exceção dos salmos e versos bíblicos;


1.2 PROBLEMAS DA IGREJA RELACIONADOS COM A MÚSICA


1.2.1 na península ibérica os poderes eclesiásticos se apercebiam do risco de profanação dos templos por via musical;

1.2.2 existiam costumes do povo marcados pelo barbarismo;

1.2.3 programa de formação espiritual onde a música tinha reconhecida importância;

1.2.4 unificação dos ritos por toda a Europa era fundamental;

1.2.5 nobreza vs igreja; jogo de interesses mútuos;


1.3 ANTECEDENTES DA MÚSICA LITÚRGICA ROMANA


1.3.1 canto litúrgico (eclesiástico) romano primitivo (gregos, hebreus) teve influência no que viria a ser a música portuguesa;

1.3.2 gregos (tons e meios-tons; tetracordes, modos gregos; modo menor e maior; canto monódico; canto antifonal (gregos, canto em oitavas);[4]

1.3.3 grego foi a língua oficial da igreja nos primeiros três séculos;

1.3.4 da sinagoga (hebreus) veio o uso das cadências; canto congregacional em antífonas e responsórios; um sentido livre do ritmo, não condicionado pela métrica das palavras como no canto grego; e o “melodismo” [sic] floreado (melismático); a distinção nítida entre música religiosa e secular;


1.4 LITURGIA HISPÂNICA


1.4.1 antes dos visigodos se instalarem (séc. V e VI) já a liturgia local diferia da de Roma; uma das quatro grandes liturgias, a liturgia hispânica sugere a existência de elementos próprios; como dialetos de um mesmo idioma, diferenciados pela ação dos folclores;

1.4.2 contatos com Constantinopla (S. Leandro – arcebispo de Sevilha, 599 / S. Gregório, Constantinopla); Gregório contribuiu com a romana (gregoriano...) e o Leandro com a hispânica; esta apresenta semelhanças com o rito bizantino;


1.5 INVASÃO MUÇULMANA


1.5.1 Ibn Hazm: “o canto é de três espécies: al-Nasb, al-Sinad e al-Hazaj”;

1.5.2 Nasb = “canto dos Rukban[5] e das escravas”;

1.5.3 Sinad = “formado por períodos longos e numerosas melodias (melismas)”;

1.5.4 Hazaj = “todo ele é ligeireza, é ele que estimula as almas e chega mesmo a excitar o homem doce...”;

1.5.5 existiam dois tipos de música árabe na península; um reservado a profissionais; outro, o que animava as danças populares; provavelmente o último foi o que mais influenciou os nativos da península;

1.5.6 a cultura árabe impulsionou a teoria musical europeia, através da península ibérica;

1.5.7 alaúde e rabeca;

1.5.8 toda a música que se aceitasse nos templos, e não fosse litúrgica, representava de algum modo uma contribuição para o que modernamente veio a se chamar “composição musical”;

1.5.9 um dos cantos não litúrgicos mais antigos é o canto da Sibila (séc. X);[6] influencia na arte trovadoresca;


1.6 MIMOS E HISTRIÕES


1.6.1 mimos e histriões; divertiam o povo em manifestações folclóricas; personagens jocosos, origem no teatro romano; agradavam aos reis seus ditos e habilidades; tais manifestações vieram a prolongar-se nas dos jograis, no período que foi berço da cultura literário-musical portuguesa;

[1] que diz respeito à região de Cádis. [2] povo germânico que se estabeleceu na Galiza e Lusitânia no séc. V. [3] hinos de origem não bíblica ou ainda não aceites; [4] não confundir com antífonas; [5] região da Síria, fronteira com a Jordânia; mas pode ter um outro sentido que ainda não descobri... [6] Ver em: [https://www.youtube.com/watch?v=Hi6u-xXapYU]. Acessado em 7 de setembro de 2022.

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